BRICOLAGENS SONORAS

Apresentação

Um grupo de estudos dedicado a refletir e a criar “bricolagens sonoras”… Afinal, quem somos nós e a que nos propomos? Nosso grupo é constituído por cinco professores-pesquisadores do MUSINTER e do Departamento de Música da Universidade Federal de Ouro Preto, com formação interdisciplinar em Música, Educação, História e Ciências Religiosas, além de estudos no campo da Psicanálise e da Filosofia. A nós juntaram-se estudantes de graduação e pós-graduação da UFOP.

As sonoridades são entendidas, por este grupo de estudo, como qualquer produção sonora à qual se atribua um sentido intersubjetivo, diferenciando-a de “som”, termo restrito à reverberação das ondas acústicas. Nessa abordagem, as sonoridades podem incluir expressões vocais como a fala, o grito…; manifestações sonoras providas da natureza, do trabalho humano, da tecnologia etc.; comportam, ainda, performances musicais do cotidiano e de eventos artístico-culturais. As sonoridades contêm o potencial de suscitar relações diferenciadas dos sujeitos e coletividades com as experiências e processos históricos, mediando transformações e resistências. Simultaneamente, elas remetem a vivências de cunho explicitamente interdisciplinar e intercultural. 

Podemos também perceber como as sonoridades podem configurar-se em “bricolagem”. Este termo, oriundo do idioma francês, era inicialmente empregado para designar um trabalho manual feito de improviso, com aproveitamento de distintos materiais, alguns até tidos por descartáveis. Em nosso grupo de estudos, adotamos a interpretação do historiador e teórico Michel de Certeau sobre a prática da bricolagem: ele a considerava uma mistura criativa de diferentes elementos, capaz de fazer emergir algo novo. Desta forma, dedicamo-nos a refletir e dialogar sobre “bricolagens sonoras”, considerando tal abordagem seja de importância social e epistêmica.